As pesquisas mostram que três de cada dez pessoas que fazem dieta já tentaram perder peso antes, usando outro método, e voltaram a
engordar. O problema é velho conhecido de gordinhos, médicos e
nutricionistas – e é investigado por cientistas do mundo todo. Com a
perda de peso, o corpo cria reações para recuperar a gordura que ele
acha necessário manter.
“A explicação mais lógica é que pressões
evolucionárias selecionaram genes que fazem nosso corpo lutar para
manter a gordura”, afirma o endocrinologista americano Michael
Rosenbaum, pesquisador da Universidade Colúmbia. “Isso nos tornou mais
resistentes a períodos de escassez e aumentou nossas chances de
sobrevivência.” Estudos recentes sugerem que o fenômeno pode ser
resultado também de transformações causadas pela obesidade.
A descoberta mais recente foi anunciada na edição deste mês do The Journal of Clinical Investigation. Dois grupos de pesquisadores
concluíram que a obesidade modifica uma região do cérebro chamada
hipotálamo. Entre outras funções, ela é fundamental no controle do
consumo e gasto de calorias. Os pesquisadores da Universidade de
Washington e do Beth Israel Deaconess Medical Center, ambos nos Estados
Unidos, descobriram que áreas específicas do hipotálamo ficam
inflamadas depois que pessoas e animais são submetidos a uma dieta rica
em gordura.
A capacidade de gerar novas células nessa região também é
afetada. Isso provoca problemas no funcionamento desse circuito
cerebral. Esses danos podem explicar por que os quilos a mais continuam a
voltar depois da dieta. “É possível que se forme uma espécie de
cicatriz no hipotálamo, que tornaria as transformações no metabolismo
irreversíveis”, diz o endocrinologista americano Michael Schwartz, autor
de uma das pesquisas.
Em outubro, o médico australiano Joseph Proietto publicou um estudo mostrando que, depois da dieta, os níveis dos hormônios que regulam a fome e a saciedade haviam mudado para pior em 50 pacientes que tinham emagrecido. A substância que estimula a fome aumentara no organismo, enquanto a dos hormônios da saciedade tinha diminuído. O organismo dos ex-gordinhos os estimulava a comer mais do que antes de começar a dieta. “Essas pessoas precisam aprender a não se sentir culpadas por ganhar os quilos extras novamente“, diz Proietto.
Os novos estudos sugerem que quem já foi obeso precisará lutar mais contra a balança. Médicos que acompanham um grupo de 10 mil ex-gordinhos americanos que conseguiram manter o novo peso descobriram que o segredo deles é simplesmente comer menos que as outras pessoas – entre 50 e 300 calorias diárias a menos.
Em outubro, o médico australiano Joseph Proietto publicou um estudo mostrando que, depois da dieta, os níveis dos hormônios que regulam a fome e a saciedade haviam mudado para pior em 50 pacientes que tinham emagrecido. A substância que estimula a fome aumentara no organismo, enquanto a dos hormônios da saciedade tinha diminuído. O organismo dos ex-gordinhos os estimulava a comer mais do que antes de começar a dieta. “Essas pessoas precisam aprender a não se sentir culpadas por ganhar os quilos extras novamente“, diz Proietto.
Os novos estudos sugerem que quem já foi obeso precisará lutar mais contra a balança. Médicos que acompanham um grupo de 10 mil ex-gordinhos americanos que conseguiram manter o novo peso descobriram que o segredo deles é simplesmente comer menos que as outras pessoas – entre 50 e 300 calorias diárias a menos.
Os pesquisadores Rudolph Leibel e Michael
Rosenbaum, da Universidade Colúmbia, chegaram a uma conclusão
semelhante. Pacientes que perderam peso e mantiveram a silhueta esbelta
tinham de comer, diariamente, entre 250 e 400 calorias a menos que
pessoas que nunca foram gordas. A dose de exercício também precisa ser
maior. Estudos sugerem que os músculos de quem já foi obeso se contraem
mais devagar e gastam menos energia. Isso significa que as atividades
físicas consomem até 50% menos calorias.
As pesquisas parecem desanimadoras, mas trazem um conhecimento importante para terminar com o vaivém constante dos quilos extras, chamado de efeito sanfona. O recado é que manter-se magro exigirá esforço extra e duradouro.
As pesquisas parecem desanimadoras, mas trazem um conhecimento importante para terminar com o vaivém constante dos quilos extras, chamado de efeito sanfona. O recado é que manter-se magro exigirá esforço extra e duradouro.
Fonte: Adaptado da Revista Época
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